domingo, 24 de junho de 2007

Surrealismo


O Surrealismo está diretamente ligado aos estudos psicanalíticos de Sigmund Freud, e suas descobertas sobre o inconsciente humano. Inconsciente é uma das palavras chaves do Surrealismo, eles queriam poder expressar na sua arte aquilo que sentiam no fundo, além do que a nossa mente é capaz de entender. Por isso se utilizavam dos sonhos como uma maneira de chegar ao inconsciente, (mais uma coisa ligada a Freud, que dizia que os sonhos são manifestações do inconsciente).
A palavra surreal sempre nós faz pensar em algo irreal, mas as obras Surrealistas não mostravam uma realidade totalmente irreal, mostravam a realidade da mente, dos desejos, dos medos, das fobias, a realidade que existe em cada um de nós, que ultrapassa a realidade material, da qual todos fazem parte, e na qual todos podem tentar interferir. Já os sonhos são algo além do controle de qualquer coisa ou pessoa, além do nosso próprio, e isso que faz deles tão verdadeiro. Tentar reproduzir em forma de arte algo que nem você mesmo entende por completo deve ser uma tarefa na qual nunca se tem sucesso total, porém pode trazer a tona muitas coisas que você não imaginava quando começou.
Acho as obras Surrealistas lindas e profundas, mas deve ser até dolorido lidar com aquilo que o machuca, que provoca medo. É como fugir de todos os mecanismos de defesa e se entregar a confusão das emoções, e não só se entregar, como procura-las para transformá-las em arte. É ter a coragem de mostrar para todos aquilo que passa nos lugares escondidos de sua mente. É preciso muita coragem.

Freud


Até onde o que fazemos é por vontade? Você nunca se pegou fazendo algo ao contrário do que realmente desejava? Ou fingindo que não estava acontecendo nada? Para Freud tudo isso seriam atitudes defensivas, chamados mecanismos de defesa.
Olhando em minha volta vejo pessoas utilizando desses mecanismos o tempo todo, olhando para mim vejo a mesma coisa.

Eu tenho uma amiga que agia de maneira completamente estranha quando estava perto do homem por quem era apaixonada, ela simplesmente o tratava tão mal, que qualquer um que olhasse achava que ela o odiava. E não era apenas na frente dos outros, para disfarçar. A coisa se tornou tão complicada, que uma vez ela veio falar comigo chorando porque não entendia o que estava fazendo.
Se fosse hoje em dia eu diria que ela estava tendo uma Formação Reativa, agindo da maneira oposta da que queria, por não querer aceitar o fato de estar apaixonada e ter medo de se machucar.

Conheci uma mulher que tinha muita, mas muita inveja de outra, sempre achava uma maneira de falar da vida da outra, mas sempre mal, dizendo o quanto não queria estar no lugar dela. Nesse caso eu ficaria em dúvida, diria que é Negação, mas não é só negar o que sente, ela diz sentir exatamente o oposto. Então o que seria?

E quem é que nunca racionalizou uma atitude totalmente infundada procurando explicar algo que na verdade não tem explicação? Eu faço isso o tempo todo, Racionalização.

Ser normal é agir de maneiras estranhas às vezes, é não entender nada de si mesmo, é perder o controle, chorar, rir e tudo sem um motivo (aparente).

terça-feira, 15 de maio de 2007

O que é Arte?


As doutrinas estéticas de Platão são algo oscilantes entre uma valorização e uma desvalorização da arte. Em todo caso, no conjunto do seu pensamento, em oposição ao seu gênio e ao gênio artístico grego, prevalece a desvalorização por dois motivos, teorético um, prático outro. O motivo teorético é que a arte resultaria como cópia de uma cópia: cópia do mundo empírico, que é já uma cópia do mundo ideal; cópia não de essências, como a ciência, mas de fenômenos. Por conseqüência, a arte deveria ser, gnosiologicamente, inferior à ciência. O motivo prático é que a arte - dada esta sua inferior natureza teorética, impura fonte gnosiológica - torna-se outro tanto danosa no campo moral. Atuando cegamente sobre o sentimento, a arte nos atrai para o verdadeiro, como para o falso, para o bem como para o mal.
Seja como for, encontramos em Platão uma tentativa de valorização da arte em si, sendo considerada a arte como uma espécie de loucura divina, de mania, semelhante à religião e ao amor, ou seja, uma espécie de revelação superior. A arte, pois - como o amor, que tem por objeto a Beleza eterna e os graus que levam até ela - deveria ser um itinerário especial do espírito para o Absoluto e o inteligível, algo como que uma filosofia, porquanto deveria atingir intuitivamente, encarnada em formas sensíveis, aquele mesmo ideal inteligível que a filosofia atinge abstratamente, na sua pureza lógica, conceptual.


Aristóteles como Platão considera a arte como imitação, de conformidade com o fundamental realismo grego. Não, porém, imitação de uma imitação, como é o fenômeno, o sensível, platônicos; e sim imitação direta da própria idéia, do inteligível imanente no sensível, imitação da forma imanente na matéria. Na arte, esse inteligível, universal é encarnado, concretizado num sensível, num particular e, destarte, tornando intuitivo, graças ao artista. Por isso, Aristóteles considera a arte a poesia de Homero que tem por conteúdo o universal, o imutável, ainda que encarnado fantasticamente num particular, como superior à história e mais filosófica do que a história de Heródoto que tem como objeto o particular, o mutável, seja embora real. O objeto da arte não é o que aconteceu uma vez como é o caso da história , mas o que por natureza deve, necessária e universalmente, acontecer. Deste seu conteúdo inteligível, universal, depende a eficácia espiritual pedagógica, purificadora da arte.
Se bem que a arte seja imitação da realidade no seu elemento essencial, a forma, o inteligível, este inteligível recebe como que uma nova vida através da fantasia criadora do artista, isto precisamente porque o inteligível, o universal, deve ser encarnado, concretizado pelo artista num sensível, num particular. As leis da obra de arte serão, portanto, além de imitação do universal verossimilhança e necessidade coerência interior dos elementos da representação artística, íntimo sentimento do conteúdo, evidência e vivacidade de expressão. A arte é, pois, produção mediante a imitação; e a diferença entre as várias artes é estabelecida com base no objeto ou no instrumento de tal imitação.

Fonte de Pesquisa: http://www.mundodosfilosofos.com.br/

quarta-feira, 9 de maio de 2007

Catarse


Lá estava eu, nove horas da manhã depois de uma noite inteira de virada cultural, esperando mais uma peça de teatro começar, boa parte das pessoas já tinham ido embora quando chegou um menino, mais ou menos oito anos de idade, sozinho, sujo, sem agasalho (e fazia frio) e se sentou algumas fileiras abaixo de mim. Não sei exatamente porque, mas meu primeiro impulso foi tirar uma foto (no caso essa acima), e depois olhando para ele, senti vontade de chorar. Vi uma solidão, um desespero, uma falta de esperança, tantas coisas pesadas demais para uma criança. Mas ele estava ali, esperando o teatro começar, assim como eu, porém aquilo seria para ele como um escape momentâneo da realidade, talvez ele começasse a imaginar que a vida poderia ser diferente, que poderia ser o herói daquela história, que não estava realmente sozinho. Ali poderia chorar tudo aquilo que o angustiava que o machucava sem ter que pensar no motivo, seria por causa da peça, e não precisaria de mais explicações.
Catarse. É assim que Aristóteles chamaria isso. A definição seria: "Catarse é a purificação das almas através da descarga emocional provocada por um drama." Era isso que o garoto estava fazendo, e eu lembrei disso pouco depois de sair dali, acabei nem assistindo a peça e não pude ver as reações dele, mas por todo o resto do dia isso não saiu da minha cabeça. Acho que esse menino, sentado ali, sozinho esperando o teatro começar foi o melhor exemplo de catarse que eu pude encontrar.

sábado, 21 de abril de 2007

Senta que lá vem Filosofia...

Sim, eu sei. Estou atrasada, deveria ter começado a escrever aqui há algum tempo. Mas a partir de agora vou tentar lembrar das minhas responsabilidades e postar sempre aqui.

Filosofia é uma coisa que sempre me interessou muito, principalmente um dos primeiros temas discutidos em aula: Ética.

O que seria ética? Aprendia certa vez que ética é o estudo da moral. Então a pergunta seria: O que é a moral? Pensando de forma simples eu responderia que é um conjunto de regras que rege a vida das pessoas. Porém as coisas não são tão simples. O que pode ser moral e etico para uma pessoa pode não ser para outra. Isso pode parecer obvio, mas muitas pessoas não enxergam isso e esperam que as outras pessoas ajam de acordo com os seus valores morais.
Como estou fazendo esse texto de ultima hora (que vergonha) e com muito pouco tempo vou pegar um assunto clichê: aborto.

O aborto é uma questão moral. Para alguns é uma coisa impensavel, para outros é um direito da mulher. Colocando aqui o meu ponto de vista, eu sou a favor. Eu acho que é melhor não ter um filho do que tê-lo por simples obrigação e não cuidar como se deve, muitas vezes por não ter nem condições. E a cabeça da mulher como fica? Como deve ser ter que carregar dentro de você um ser que você não deseja, não quis, não planejou e que muda seu corpo, seu humor, sua saúde e sua vida?
Quando me imagino em uma situação como essa não consigo pensar em uma maneira de amar um bebê não desejado, pelo menos durante um bom tempo. Valeria a pena ter um filho mesmo asim? Eu teria estrutura psicologica para cria-lo? Eu não acabaria colocando a culpa dos meus problemas na criança? Seriamos felizes?
Quem é contra o aborto diz que é a favor da vida. O que é vida? Se for simplismente respirar então eles estão certos. Se viver for só um conjuto de ações biologicas do corpo então não devemos mesmo abortar crianças. Mas se viver for mais que isso, for sonhar, planejar, realizar, se divertir, acertar e errar então se eu engravidasse hoje eu abortaria sim. Se eu tivesse um filho daria adeus a muitos sonhos, muitos planos, muitas coisas que quero fazer e sei que também não poderia dar ao meu filho nada disso.
Posso estar errada, pode ser pecado, crime, falta de respeito pela vida, egoismo...mas é assim que eu me sinto, é assim que eu penso e sim, eu sou a favor do aborto.


Mudando de assunto...

E se tudo o que vemos não for real? E se tudo o que vemos for uma projeção imperfeita do mundo das formas que é perfeito? Pensaram em matrix? Pois pensaram certo.
Já pararam para pensar no por que de uma cadeira ser uma cadeira? Eu nunca tinha pensado nisso. Durante a aula o professor disse: " é cadeira porque tem propriedade de cadeira". Ela quebrada então não seria mais cadeira, não serviria para sentar, e ela de cabeça pra baixo a mesma coisa. Segundo Platão é isso. Mas para mim, na minha humilde visão ainda é uma cadeira quebrada ou de cabeça para baixo. Afinal um ser humano morto ou mesmo em coma não deixa de ser humano apenas porque não tem mais propriedade de humano (pensar, falar, sentir, etc...). Claro, eu entendi (ou acho que entendi) o que Platão quis dizer, mas não concordo. O que mais me fez pensar foi essa coisa do real, irreal, mundo das formas, mundo dos sentindos, o que vemos não é real, o que não vemos é que é real.
Já me peguei pensando muitas vezes se todos enxergam da mesma maneira, ou se vemos sempre tudo de maneira diferentes mas por semelhança e associação nos entendemos com relação a isso. Um exemplo do que eu pensei durante a aula. " Será que todos enxergam o cabelo dessa menina loiro como eu? Ou será que o loiro deles é diferente do meu?" . Pensando isso eu pensei no que é real (e a minha pergunta ficou no ar). Afinal, se o meu loiro for diferente do seu loiro então qual deles é real? Algum dos dois é real? Ou será mesmo que no mundo que vemos, sentimos, tocamos, cheiramos nada é real? Eu gostaria muito de chegar a uma conclusão, e falar sobre todas as coisas interessantes que aprendemos na aula e sobre tudo o que eu pensei, mas só consegui ter mais e mais dúvidas (interessantes é claro), e mais e mais coisas que eu gostaria de saber e entender. Por motivos de tempo e dores nas costas vou terminar aqui, ainda pensando no que é real.